Nas Democracias consolidadas, e naquelas em construção, a livre circulação de ideias e o debate são permitidos de forma irrestrita. Não só permitidos, são amplamente estimulados. São essas duas incríveis ferramentas que moldam uma sociedade civilizada e, portanto, tolerante e preocupada com o bem comum.
Os povos que amam a liberdade sabem o valor que tem um espaço de conversa e troca de informações.
Nas próximas semanas o Faunauê será esse espaço e o assunto é animais silvestres.
Especificamente a possibilidade, ou não, de serem animais domésticos. Eu disse será o espaço, mas já é!
A discussão em torno da polêmica silvestre é ou não é pet, foi inaugurada com a publicação da entrevista do ambientalista Wagner Ávila. Suas posições são bem marcadas a favor da domesticação e convívio direto com os animais da fauna brasileira. Confira aqui a entrevista.
Agora temos o contraponto. Ambientalista também, também empresária e ativista, Mariana Aidar tem conquistado os corações de todos que amam os animais de vida livre.
Ela e seu grupo de heróis dão suporte e qualidade de vida para as capivaras que povoam os dois principais rios da cidade de São Paulo, Pinheiros e Tietê. O trabalho dessa gente é realmente magnífico, e o povo sabe reconhecer. Os paulistanos descobriram o trabalho do Projeto Capa e hoje não tem quem não admire e sinta orgulho de ver as capivarinhas sendo cuidadas e compreendidas através das campanhas de esclarecimentos que o projeto mantém. Se você ainda não conhece, vale a pena! No Instagram @projeto.capa
Faunauê: Mariana Aidar, silvestre é ou não pet?
Mariana Aidar: Não é!
Faunauê: E por que?
Mariana Aidar: Privar os animais de sua liberdade, de sua natureza, de seu convívio com outros da mesma espécie para o bel prazer de pessoas que querem ter um “bichinho diferente” é uma das maiores crueldades que podemos assistir.
Devemos preservar nossa fauna, mas isso não quer dizer que explorar comercialmente os animais seja o caminho certo a seguir.
Existem mantenedores de fauna que fazem trabalhos incríveis sem visar lucro explorando os animais comercialmente.
Portanto é possível preservar nossa fauna de maneira idônea.
Quando se permite a criação comercial de animais silvestres ao mesmo tempo estão criando aberturas para o tráfico de animais.
Animais são tirados de seus ninhos, suas mães mortas, e tudo isso por que alguém quer ter um “bichinho diferente”.
Todos os anos mais de 30 milhões de animais de diversas espécies são tirados da natureza de forma criminosa e cruel, e de cada 10 animais destes, 9 morrem!
Não dá pra aceitar uma barbaridade destas.
O ser humano sequer consegue cuidar dos animais domésticos com responsabilidade, o que dirá de animais silvestres.
Sejamos responsáveis.
Não devemos fomentar esse comércio cruel e abusivo.
Silvestre NÃO É PET!
Faunauê: Obrigado, Mariana.
Mariana Aidar é empresária e ativista da causa animal há mais de 25 anos, tendo promovido diversas ações em prol dos animais junto à Secretaria do Meio Ambiente de SP, Prefeitura de SP e com empresas privadas e clubes de futebol. Visando sempre a proteção e bem-estar animal.
Na foto Mariana está junto de algumas das 120 Capivaras que monitora diariamente nas margens do Rio Pinheiros na cidade de São Paulo.