Pesquisadores descobrem gene da coloração incomum nos gatos
Gatos laranja provavelmente existem há milênios. Evidências de felinos domésticos dessa cor foram encontradas em pinturas nas tumbas egípcias e também em pets mumificados. Apesar de sua onipresença na cultura pop atual – de Garfield a Harry Potter – o laranja continua sendo uma das cores de pelagem mais raras no mundo felino.
Por mais de um século, a genética por trás da pelagem dessa cor e do padrão “tartaruga” nos felinos domésticos intrigaram cientistas. Os gatos “tartaruga” são aqueles cujos pelos exibem uma mistura de tons laranjas e não-laranjas em um desenho que parece com o casco de uma tartaruga.
Recentemente duas pesquisas finalmente identificaram a resposta para esse mistério, resolvendo uma questão teorizada pela primeira vez em 1912. Os estudos, conduzidos de maneira independente por pesquisadores japoneses e americanos, identificaram o gene responsável pela coloração ruiva da pelagem em gatos: ARHGAP36, informalmente chamado de gene “Orange”.
Esta descoberta confirma uma hipótese criada pelo geneticista americano Clarence Cook Little em 1912. Sua teoria sugeria que a cor laranja dos pelos era controlada por uma variante no cromossomo X, explicando por que os gatos ruivos são, em sua maioria, machos e por que os “tartaruga” são quase sempre fêmeas.
A hipótese de Clarence previu que os machos, tendo apenas um cromossomo X (XY), só poderiam ser totalmente laranja ou não-laranja, enquanto as fêmeas (XX) poderiam herdar uma de cada variante, resultando no padrão tartaruga.
Ele também calculou que fêmeas completamente ruivas, que precisariam de duas variantes laranja, seriam relativamente raras. Machos tartaruga e malhados também podem ocorrer caso ocorra uma anormalidade no número de cromossomos sexuais, como um cromossomo X a mais (XXY), o que também causaria esterilidade.
Ambos os estudos ainda precisam ser revisados por pares e estão disponíveis no servidor de pré-publicação bioRxiv.