De Chris Morrinson
No início deste mês, o Prémio Nobel da Física de 2022, Dr. John Clauser, atacou a narrativa da “emergência climática” como sendo uma “perigosa corrupção da ciência que ameaça a economia mundial e o bem-estar de bilhões de pessoas”. As sanções começaram imediatamente. Uma palestra que o Dr. Clauser deveria dar ao Fundo Monetário Internacional sobre modelos climáticos foi abruptamente cancelada e a página que anunciava o evento foi removida do site do FMI.
Dr. Clauser deveria fazer ao Gabinete de Avaliação Independente do FMI nesta quinta-feira uma conferência com o título: “Vamos conversar – Até que ponto podemos confiar nas previsões climáticas do IPCC?” Parece que “não muito” não é a resposta politicamente correta. Clauser é um crítico de longa data dos modelos climáticos e criticou a atribuição do Nobel de Física em 2021 a um trabalho sobre o assunto. Ele não está sozinho, uma vez que muitos julgam que os modelos climáticos repousam principalmente na matemática, e uma história de previsões climáticas errôneas não os faz merecedores de reconhecimento da ciência pura ao mais alto nível. Não que esta opinião seja compartilhada pela revista ativista verde National Geographic, que publicou o artigo “Como os modelos climáticos se tornaram tão precisos que ganharam um Nobel.”
Na semana passada, Clauser observou que a ciência climática equivocada “como uma metástase, transformou-se em uma grande pseudociência de jornalismo sensacionalista”. Esta pseudociência, prosseguiu, tornou-se bode expiatório para uma grande variedade de outros males correlatos. Ela foi promovida e ampliada por agentes de marketing empresarial, políticos, jornalistas, agências governamentais e ambientalistas, todos igualmente equivocados. “Na minha opinião, não existe uma crise climática real”, acrescentou.
Clauser é o mais recente ganhador do Nobel de Física a rejeitar a noção de uma crise climática. O professor Ivar Giaever, seu colega laureado, é o principal signatário da Declaração Mundial do Clima que afirma que não há emergência climática. Argumenta ainda que os modelos climáticos “não são nem remotamente plausíveis como ferramentas de política global”.
O vencedor de 1998, Professor Robert Laughlin, expressou a opinião de que o clima está “além do nosso poder de controle” e a humanidade não pode e não deve fazer nada para responder às mudanças climáticas.
A jornalista climática australiana Jo Nova estava em excelente forma ao comentar as recentes declarações de Clauser. “O problema com os vencedores do Prêmio Nobel céticos é que eles tornam aparente que o programa de xingar de ‘negacionistas do clima’ é o mais estúpido possível”, observou ela. Ela notou a falta de qualquer interesse da grande mídia nos comentários recentes de Clauser, perguntando: “Quanto dano traria à causa se o público descobrisse que um dos cientistas com mais alta classificação do mundo discorda do mantra?” Uma pergunta, é claro, com uma resposta óbvia. Muito.
O mesmo grupo que nos diz que devemos “ouvir os especialistas” não ouvirá a quaisquer especialistas de quem não gostem. Eles deliram com os “especialistas da ONU” que escondem o declínio de temperatura, mas farão o que for possível para evitar os gigantes da ciência. Eles entrevistarão no horário nobre da TV alunos que abandonaram o ensino médio sobre as mudanças climáticas antes de entrevistarem os ganhadores do Prêmio Nobel. É mentira por omissão. É um engano deliberado. E todo o movimento climático se baseia nisso.
O FMI está profundamente envolvido nos fluxos monetários internacionais e só se pode esperar que demonstre uma maior vontade de “avaliar” este assunto do que o das previsões dos modelos climáticos. Dr. Clauser garantiu seu Prêmio Nobel pelo trabalho inovador no campo da mecânica quântica – o estudo da matéria e da luz em nível subatômico e atômico. Em 2010 recebeu o Prêmio Wolf de Física, considerado o segundo mais prestigioso prêmio de física, depois do Nobel. Além deste trabalho, ele também fez sugestões sobre como melhorar os modelos climáticos atuais.
As tentativas de moldar uma atmosfera caótica e não linear sofrem em muitas frentes. Elas falham em prever as temperaturas futuras com graus de imprecisão quase ridículos e, no processo, fazem pouco mais do que adivinhar o efeito de forças naturais, como vulcões e nuvens. Na opinião de Clauser, os modelos climáticos subestimam enormemente o efeito das nuvens que cobrem metade da Terra e proporcionam um controle termostático poderoso – e dominante – das temperaturas globais. Mais recentemente, Clauser também disse à Conferência Quantum da Coreia que não acreditava que houvesse uma crise climática, observando: “Os processos-chave são exagerados e mal compreendidos, em aproximadamente 200 vezes”.
Os cínicos poderão acrescentar que este grau de imprecisão exagerada pode ser bom no terreno da economia, mas padrões mais robustos deveriam ser encorajados no mundo da ciência.
Tradução de Elaine Sartorelli
Na foto que ilustra a reportagem vemos dois pinguins. A espécie é constantemente citada como prejudicada pelas supostas mudanças climáticas.